quinta-feira, 13 de maio de 2010
"Faltam poucas horas para o círculo se fechar. Os olhos que
eu outrora vi brilharem hoje estão repletos de ódio. As palavras mudam e deixam
de fazer eco na eternidade. Durante uma batalha no meio da escuridão existe um
guerreiro destemido que luta incansavelmente mas no meio daquela aflição pode
muitas vezes ferir o seu parceiro. Cabe ao guerreiro sarar as feridas do seu
parceiro e carrega-lo até ao final da jornada. Se o parceiro recusa a salvação
pelo guerreiro é porque jamais estão os dois naquela batalha pelas mesmas
razões."
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
"...todas as grandes paixões são sem esperança, de outra forma não seriam paixões, apenas acordos, compromissos razoáveis, trocas de interesses banais. odiavas-me e esse ódio era um laço tão forte como se me tivesses amado. (...)"
'as velas ardem até ao fim' [dom quixote, 2ªedição, 2002, pág. 99] - sándor márai
'as velas ardem até ao fim' [dom quixote, 2ªedição, 2002, pág. 99] - sándor márai
sábado, 12 de dezembro de 2009
A gaivota
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
morreria no meu peito,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Perfeito o meu coração.
Perfeito o meu coração.
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
morreria no meu peito,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Perfeito o meu coração.
Perfeito o meu coração.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Lembranças
Lembranças, que lembrais meu bem passado,
Pera que sinta mais o mal presente,
Deixai-me, se quereis, viver contente,
Não me deixeis morrer em tal estado.
Mas se também de tudo está ordenado
Viver, como se vê, tão descontente,
Venha, se vier, o bem por acidente,
E dê a morte fim a meu cuidado.
Que muito melhor é perder a vida,
Perdendo-se as lembranças da memória,
Pois fazem tanto dano ao pensamento.
Assim que nada perde quem perdida
A esperança traz de sua glória,
Se esta vida há-de ser sempre em tormento.
Luís Vaz de Camões
Pera que sinta mais o mal presente,
Deixai-me, se quereis, viver contente,
Não me deixeis morrer em tal estado.
Mas se também de tudo está ordenado
Viver, como se vê, tão descontente,
Venha, se vier, o bem por acidente,
E dê a morte fim a meu cuidado.
Que muito melhor é perder a vida,
Perdendo-se as lembranças da memória,
Pois fazem tanto dano ao pensamento.
Assim que nada perde quem perdida
A esperança traz de sua glória,
Se esta vida há-de ser sempre em tormento.
Luís Vaz de Camões
domingo, 6 de dezembro de 2009
...Meu para sempre
"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
sábado, 5 de dezembro de 2009
Silencio
- estás tão ausente.
- também tu estás ausente.
- diz-me porquê.
- diz-me também tu porquê.
- isso entristece-me tanto.
- e como pensas que me sinto.
- o mesmo te pergunto eu.
- és tu que me tornas ausente.
- mas eu estou aqui.
- eu também, deixa lá!
(silêncio).
'Livro da noite' [edição quetzal, 2004, tradução de maria joão reynaud, pág. 35] - per Aage Brandt
- também tu estás ausente.
- diz-me porquê.
- diz-me também tu porquê.
- isso entristece-me tanto.
- e como pensas que me sinto.
- o mesmo te pergunto eu.
- és tu que me tornas ausente.
- mas eu estou aqui.
- eu também, deixa lá!
(silêncio).
'Livro da noite' [edição quetzal, 2004, tradução de maria joão reynaud, pág. 35] - per Aage Brandt
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